domingo, 1 de julho de 2018

Condenado

Não sinto saudades dela
Nunca a tive
Ela nunca me teve
Não tenho o direito de me entregar
Não tenho o direito de amar
Nego as possibilidades
Não posso estragar a vida de alguém

Quem confiaria em alguém que carrega a minha história?
Quem dividiria a vida com a personalização do problema?

Estou condenado à solidão
Quando alguém aparece
E meu coração palpita
Meu cérebro diz que não
Tenho que deixar
Antes de chegar
Tenho que sair
Antes de entrar

Como é dolorido ter que conviver com isso
Logo comigo
Sensível ao toque
Apreciador do olhar
Como gostaria poder fazer alguém feliz
Mas só podemos oferecer o que temos
E nesse momento
Debaixo da coberta
Aos prantos
Me faltam as palavras
Já não aguento mais
Não posso suportar
Já não sei o que escrever
Nada tenho que me dá forças para continuar
Assim chego ao fim
O fim
Meu fim

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